terça-feira, 15 de abril de 2014

Especial: #Desenterrando edição 1

Vamos então para a primeira edição de nossa coluna "#Desenterrando". Conforme já dito, o especial tem o intuito de relembrar algo que ficou na memória do povo: música, banda, artista. Qualquer coisa do tipo que tenha estourado e marcado nome na música pop. Para o nosso primeiro especial, vamos relembrar de uma girlband? A única brasileira que realmente deu certo e vendeu milhões de cópias com os seus quatro álbuns. Como não lembrar de Luciana Andrade, Fantine Thó, Karin Hills, Patrícia Lissa e Aline Wirley? O memorável ROUGE


A banda teve início em 2002, quando mais de 30 mil garotas disputavam pelas cinco vagas finais de uma girlband no reality "Popstars". A Sony Music tornou o sonho dessas cinco garotas realidade. Em agosto do mesmo ano, as meninas foram lançadas na mídia com o primeiro álbum homônimo.


O álbum contou com 14 faixas e as gravações foram iniciadas dentre as eliminações do programa. Após o final do reality, as meninas terminaram de gravar e colocaram o disco nas prateleiras. O primeiro e inesquecível single foi "Não Dá Pra Resistir".


Menos de um mês depois do lançamento da primeira música de trabalho, o Rouge lançou a música que seria um dos maiores hits brasileiros de toda a história: "Ragatanga" chega com um refrão chiclete para entrar na boca do povo e não sair das rádios.


"Ragatanga" trata-se de uma versão da música "Asereje", que pertencia ao grupo espanhol Las Ketchup. O Rouge contou com a participação das espanholas na faixa e descobriu o verdadeiro sucesso. A canção, lançada em 21 de setembro, conseguiu o 1º lugar nas paradas brasileiras apenas duas semanas depois e morou no topo durante onze semanas consecutivas. Resultado: Mais de 2 milhões de cópias vendidas do primeiro cd. (700 mil nos primeiros três meses de lançamento), algo raro na indústria musical nos dias atuais. Após baixar a poeira de "Ragatanga", as meninas resolveram lançar, no início de 2003, o terceiro single do álbum: "Beijo Molhado", que não foi um sucesso estrondoso como as anteriores, mas obteve um grande êxito. Até músicas como "Hoje Eu Sei" e "Nunca Deixe de Sonhar" (dueto com KLB) estouraram, mesmo não sendo lançadas oficialmente. Após o sucesso do primeiro cd, o segundo já estava nos planos da Sony e das garotas. Isso, após o álbum de remix, "Rouge Remixes"


Aproveitando a grandiosidade do sucesso, o Rouge não parou e em menos de um ano da estreia do primeiro cd, em maio já saiu "C'est La Vie", o segundo álbum das meninas. Também com a produção de Rick Bonadio, nesse houve um diferencial: Luciana, Karin, Patrícia, Fantine e Aline compuseram algumas das canções e ganharam mais notoriedade nessa área. O primeiro hit do álbum foi "Brilha La Luna", onde as meninas derivaram elementos do ritmo do Zouk.



O álbum conseguiu outro êxito de vendagens: 100 mil cópias apenas na primeira semana. E no ano seguinte, mais de 1 milhão de cópias. As meninas não paravam: eram divulgações, várias aparições em programas, gravação de dvd, nova turnê. E chega a hora da escolha (corretíssima) do segundo single. Dessa vez, as meninas deixam o "up" um pouco de lado e resolvem investir em uma baladinha romântica. Feito: "Um Anjo Veio Me Falar" conseguiu top 10 nas paradas brasileiras (juntamente com "Ragatanga" e "Brilha La Luna", que foram número 1).


No final de 2003, o primeiro DVD (terceiro no total) ao vivo das meninas foi lançado, intitulado "A Festa Dos Seus Sonhos", gravado no Pacaembu, em 21 de setembro do mesmo ano. No fim de 2002, as meninas já haviam colocado à venda o primeiro DVD em forma de documentário, videoclipes e mini-apresentações, "O Sonho de Ser Uma Popstar". O outro, foi junto com o segundo cd, um dvd extra, mostrando as gravações do álbum C'est La Vie.


Tanta felicidade acabou por uma catástrofe no início de 2004, quando as meninas se preparavam para gravar o 3º cd: Luciana anuncia sua saída do grupo, relatando "querer seguir o seu caminho, trair seu ideal artístico e não se identificar com o repertório musical do grupo". A notícia chocou os fãs, Luciana foi muito criticada, mas Karin, Fantine, Patricia e Aline não estremeceram e não decepcionaram aos fãs. Em 31 de maio de 2004, o Rouge lança o seu terceiro álbum, agora como um quarteto: "Blá Blá Blá". O primeiro single foi a própria faixa-título. E para aqueles que fazem questão de espalhar o boato de que a saída de Luciana acabou com o êxito do Rouge, engana-se: A música conseguiu o número 2 no Brasil. E o álbum vendeu mais de 600 mil cópias. 





O álbum foi elogiado pela crítica, apontado como mais maduro e com letras mais adultas. Em setembro, as meninas lançam o segundo single, apostando mais uma vez nas românticas: "Sem Você" também torna-se hit e alcança a ótima 4ª posição das paradas brasileiras. 

Em seguida, o Rouge sai com sua terceira turnê. Especulou-se um DVD na época, porém nada foi concretizado. Chega o final do ano e a Sony lança mais três singles do "Blá Blá Blá": "Vem Dançar", "Pa Pa La La" e "Pra Sempre Te Amar". A tour chega ao fim e as meninas desaparecem da mídia por seis meses, apenas com as músicas nas rádios e gerando, mais uma vez, especulações sobre um término do grupo. Em 30 de maio de 2005, as garotas vêm com o quarto álbum: "Mil e Uma Noites". O álbum vem ainda mais adulto que o terceiro e o primeiro single chega diretamente com elementos árabes: "Vem Habib", juntamente com um videoclipe engraçado e com temática trabalhada no deserto.




Um fato curioso despertou o público: o álbum vinha com apenas seis faixas inéditas das quatorze. As outras oito foram preenchidas como um "greatest hits", com os maiores sucessos. A partir daí, especulou-se, novamente, um fim do grupo. Ainda assim, o brilho das meninas não acabava: a divertida "Vem Habib" conseguiu um 4º lugar nas paradas, porém, o Mil e Uma Noites deu uma queda nas vendas das meninas em relação aos álbuns anteriores: 250 mil cópias vendidas. Vale recordar também que nessa época as vendagens de discos começaram a baixar ainda mais devido a pirataria. O Rouge continua divulgando e sai em sua quarta turnê, "Mil e Uma Noites Tour". Sai "O Amor É Ilusão", o 2º single e versão do hit "Torn" da cantora Natalie Imbruglia. O curioso é que todos os álbuns vieram com pelo menos dois videoclipes lançados. "O Amor É Ilusão" não ganhou um vídeo. Em janeiro de 2006, vem a trágica, porém esperada notícia: o fim do Rouge. O contrato com a Sony chega ao fim, as vendas andam abaixo do esperado e as garotas decidem cada uma seguir o seu destino.
No total, o Rouge vendeu mais de 6 milhões de cópias entre os seus álbuns, DVDs e singles. Inclusive sendo divulgadas mundo afora devido ao sucesso do primeiro álbum. Chegaram a gravar dois álbuns em espanhol. Infelizmente, os projetos terminaram engavetados devido a saída de Luciana. As músicas de idioma latino podem ser encontradas na rede. 
Para quem não sabe, o grupo tentou uma volta durante o ano passado com Aline, Patricia, Karin e Fantine. Luciana não aceitou a proposta. Porém, por problemas burocráticos, a marca Rouge e as músicas antigas não foram liberadas e o retorno não aconteceu. Mesmo assim, a curiosidade dos fãs foi aguçada com a música "Tudo é Rouge", lançada na internet. Desde então, aguarda-se o tão esperado retorno da maior girlband brasileira da história. 



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